Uma atividade escolar terminou em polêmica entre os pais dos alunos do 4º ano do ensino fundamental da Escola Estadual Professor Francisco Letro, localizada em Coronel Fabriciano,na região do Rio Doce, nessa quinta-feira (25).
A polêmica se deve a um exercício enviado na quarta (24) para a casa dos alunos, onde as crianças receberam um texto com uma linguagem regional e deveriam reescrevê-lo de forma formal. No entanto, os pais entenderam que, na última frase da crônica, apareciam palavras obscenas.
“Quando quebrei o ovo tive um baita susto: magina ocê que tinha um pinto dentro!!!!? Agora cê já pensô seu cuzinho [sic] cum pinto dentro??”, dizia o texto.
Nessa quinta, alguns responsáveis pelos estudantes foram até a escola questionar a atividade. Entre eles, estavam os pais de uma menina, de 9 anos, que teria achado a linguagem inadequada.
“Na verdade, minha própria filha entendeu que o texto era muito pesado. Ela mostrou para o pai e ela mesma disse que era um absurdo a frase estar escrita dessa forma. Minha filha ainda fez o pai ler e confirmar o que ela estava falando”, explicou a mãe da criança, que preferiu o anonimato.
Os pais acreditam que haveria outras palavras que poderiam substituir as que foram citadas. “Após ser questionada, a escola informou que era uma atividade falando sobre a linguagem regional. Porém, nós não estamos questionando essa linguagem. Só entendemos que outros termos poderiam ter sido usados, já que os alunos em questão são só crianças”, alegou a mãe.
A mulher declarou, ainda, que todo o esforço para deixar suas crianças longe de linguagens obscenas foi em vão. “Nós fazemos de tudo para deixar nosso filhos longe dessa violência e desse palavreado do dia a dia. Agora, ficamos surpreendidos com o texto enviado pela escola. A impressão que temos é que tudo que fazemos em casa não valeu a pena”, lamentou a mãe.
Agora, a preocupação dos pais passa a ser o receio de que seus filhos sofram com represálias. “A escola é considerada uma das melhores da região. Acredito que esse tenha sido um descuido, mas ficamos preocupados. O nosso medo agora é que as crianças sofram algum tipo de retaliação, já que nós decidimos denunciar o caso”, alegou a mãe.
A reportagem tentou por diversas vezes contato com a direção da Escola Estadual Professor Francisco Letro, mas sem sucesso.
Por meio de nota, a Secretaria de Estado de Educação informou que uma equipe de inspeção da Superintendência Regional de Ensino (SRE) de Coronel Fabriciano, responsável pela coordenação da escola, esteve na unidade de ensino nesta manhã de sexta-feira (26), para apurar a situação.
“A equipe da SRE se reuniu com a direção da escola, coordenadores, supervisores e professores. Em respeito aos estudantes, às famílias e à comunidade escolar, também será realizada, nos próximos dias, uma reunião com os pais para esclarecimentos acerca da situação, em que será discutida também o alinhamento das atividades pedagógicas, a fim de evitar novos constrangimentos”, encerrou a nota. (Por Camila Kifer)