A exclusão dos atletas russos dos Jogos Paralímpicos está “fora da justiça, moralidade e humanidade”, afirmou o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ao receber no Kremlin a delegação do país que disputou os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.
“A decisão de excluir nossos paralímpicos está fora da lei, moralidade e humanidade”, disse Putin, dois dias depois do Tribunal Arbitral do Esporte (TAS) rejeitar o recurso dos atletas paralímpicos russos, suspensos dos Jogos do Rio (7-18 setembro) em consequência do escândalo de doping que abalou o país nos últimos meses.
“Lamento pelos que tomaram esta decisão porque não compreendem que para eles é uma verdadeira humilhação”, completou.
O Comitê Internacional Paralímpico anunciou em 7 de agosto a suspensão do Comitê Paralímpico Russo pelo escândalo de doping de Estado revelado pela Agência Mundial Antidoping (Wada) no último ano.
“Um argumento convincente e indestrutível a nosso favor é a brilhante atuação de nossos atletas no Rio, cuja honestidade não provoca dúvidas”, afirmou Putin.
Na recepção, os atletas russos que conquistaram medalhas no Rio agradeceram o apoio do presidente e das autoridades esportivas russas.
“Conseguimos o impossível”, declarou a jogadora de handebol Vladlena Bobrovnikova, que conquistou a medalha de ouro com suas companheiras no Rio.
“Obrigado, Vladimir Vladimirovitch (nome de Putin) por ter nos apoiado, por ter feito todo o possível para que estivéssemos no Rio”, completou.
A delegação russa, que retornou ao país na terça-feira, ficou em quarto lugar no quadro de medalhas (19 ouros, 18 pratas e 19 bronzes), apesar da suspensão que dizimou a equipe e impediu a participação de 113 atletas na Rio-2016.
Nesta quinta-feira, Putin prometeu organizar “uma competição para que os atletas paralímpicos russos possam mostrar suas qualidades, na qual as recompensas e os prêmios para os vencedores serão os mesmos que nos Jogos Paralímpicos”.
O ministro russo dos Esportes, Vitali Moutko, que participou na cerimônia no Kremlin, anunciou que o Comitê Paralímpico Russo cogita levar a exclusão de seus atletas à Corte de Justiça de Genebra. (AFP)