A doença de Parkinson não mata. Os pacientes costumam viver muitos anos depois que começam a desenvolver a enfermidade. Mas eles têm uma qualidade de vida muito ruim, muitas vezes precisando de sondas e traqueostomia. Agora, uma médica de Belo Horizonte está pesquisando um novo protocolo de tratamento que tem mostrado resultados animadores para esses pacientes.
A neurologista homeopata Isabel de Oliveira Horta concluiu a segunda fase dos testes de medicamentos homeopáticos para pessoas com a doença de Parkinson. Ela testou em pacientes com a enfermidade o uso de organoterápicos (elaborados a partir de secreções, órgãos ou tecidos) feitos de cérebros de carneiros.
“Tratei 41 pacientes. Desses, 13 abandonaram o tratamento porque não tinham condições para responder à pesquisa. Os 28 pacientes restantes zeraram os sintomas do Parkinson, e todos eles eram pessoas que tinham a doença havia mais de dez anos, em estágio avançado”, relata a médica. Os resultados do estudo estão em fase de revisão para publicação na “Revista Médica de Minas Gerais”, da Faculdade de Medicina da UFMG.
Os remédios disponíveis atualmente, à base de dopamina, não conseguem eliminar totalmente os sintomas da doença. Além disso, têm “prazo de validade”, porque os pacientes desenvolvem uma série de efeitos colaterais depois de cinco ou seis anos de uso.
Princípio. A homeopatia segue a lei dos semelhantes, segundo a qual os elementos da natureza podem curar os mesmos sintomas que são capazes de causar. No caso dos organoterápicos, o mecanismo de ação é o mesmo. O paciente recebe um medicamento feito de um órgão sadio, e, em tese, esse remédio irá curar o órgão do paciente doente.
“As mudanças nos genes que a homeopatia provoca são capazes de alterar as ordens metabólicas das células. Usando o diabetes como exemplo: se o DNA da célula dá a ordem para ela não fabricar a insulina, quando o paciente toma o medicamento homeopático, ele consegue alterar essa ordem para a própria célula voltar a produzir a substância”, explica a médica.