O hábito de fumar gera uma série de malefícios à saúde, sendo um fator de risco para diversas doenças e diferentes tipos de tumores. Quando o assunto é câncer de pâncreas, o tabagismo chega a ser responsável por 25% dos casos, segundo o oncologista Roberto Fonseca, diretor do Grupo Oncomed-BH, com base em um estudo realizado pelo New York Medical College, dos Estados Unidos.
Outra análise norte-americana apontada pelo especialista indica que abandonar o vício pode reduzir os riscos de desenvolver a doença com o passar do tempo. “Segundo uma pesquisa do Brigham and Women’s Hospital, em Boston, dois anos após o abandono do fumo os riscos já se reduzem em 48%, gradativamente”, destaca Fonseca
Entre os fatores que podem levar à doença também estão o alcoolismo, a obesidade e o diabetes, além da herança genética familiar. “Além dos fumantes, aqueles que fazem uso pesado de bebidas alcoólicas são os mais atingidos pela doença. A obesidade também é um fator de risco importante. Sabemos que cerca de 5% a 10% dos pacientes diagnosticados apresentam história familiar. O conhecimento das causas é fundamental”, afirma o oncologista.
Incidência – Apesar de não estar na lista dos tipos de câncer mais incidentes no mundo, o tumor pancreático é muito preocupante nos dias de hoje por sua alta mortalidade. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca), ele é responsável por cerca de 2% de todos os tipos de tumores diagnosticados e por 4% do total de mortes por câncer.
O motivo para sua alta letalidade é a dificuldade em se obter um diagnóstico precoce, uma vez que o tumor começa a dar sinais somente nos estágios mais avançados.
“Os principais sintomas relacionados à doença são dor abdominal, geralmente na região do estômago, irradiando para as costas, icterícia e emagrecimento. Vômitos, diarreia, massa palpável no abdômen e ascite (‘barriga-d’água’), entre outros, podem estar presentes”, explica o oncologista.
Ainda segundo ele, uma trombose venosa nas pernas, ocasionalmente, pode ser a primeira manifestação da doença.
Diagnóstico – A detecção do problema é feita por meio de exames de imagens, como ultrassonografia, tomografia computadorizada ou ressonância magnética do abdômen. “O diagnóstico definitivo deve sempre incluir a biópsia, já que algumas doenças podem provocar sintomas semelhantes, como a pancreatite. Com a suspeita de um tumor maligno do pâncreas, o paciente deve, primeiramente, ser submetido a exames complementares para avaliação da extensão da doença no organismo”, frisa Fonseca.
Tratamento – Quando descoberto no início, o câncer de pâncreas apresenta boas chances de cura. Segundo o especialista, o único tratamento curativo para esse tipo de tumor é a cirurgia. “Em determinados casos, a radioterapia ou quimioterapia podem ser utilizadas antes ou após a cirurgia como adjuvantes, com o propósito de diminuir a recidiva da doença”.
Nos casos em que o diagnóstico ocorre tardiamente e o paciente apresenta metástase, a principal arma terapêutica contra o tumor pancreático é a quimioterapia, segundo Fonseca.
Alimentação – Para se prevenir da doença, o especialista recomenda abandonar de vez o vício do cigarro (no caso dos fumantes), não abusar de bebidas alcoólicas e adotar uma postura saudável no seu dia a dia, com a prática de exercícios físicos.
Uma vez que a doença também está relacionada ao consumo excessivo de gordura e de carnes, manter uma dieta rica em frutas e verduras também é mais indicado para se proteger contra o câncer de pâncreas.
Números
8.710: Mortalidade – É o número de mortes por câncer de pâncreas registradas em 2013 no Brasil pelo Inca
4.373: Homens – Registro de óbitos do sexo masculino
4.335: Mulheres – Registro de óbitos do sexo feminino
Frases
“Segundo uma pesquisa realizada pelo Brigham and Women’s Hospital, em Boston, nos Estados Unidos, dois anos após o abandono do fumo os riscos de desenvolver câncer de pâncreas são reduzidos em 48%.”
“Os principais sintomas são dor abdominal, geralmente na região do estômago, irradiando para as costas, icterícia e emagrecimento. Vômitos, diarreia, massa palpável no abdômen e ascite podem estar presentes.”
Roberto Fonseca
Diretor da Oncomed-BH