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Um resultado surpreendente, inacreditável e ao mesmo histórico, para levantar a moral do atletismo, uma modalidade brasileira que passa por um momento de baixa, e para mudar o patamar verde-amarelo no salto com vara masculino.

O brasileiro Thiago Braz teve uma atuação espetacular, estabeleceu o novo recorde olímpico, bateu o francês recordista mundial, Renaud Lavillenie, pela segunda vez no ano, e conquistou a medalha de ouro, privilégio para poucos atletas do Brasil na história.

“Estou pensando nisso até agora (de ser novo recordista e campeão olímpico”. Na hora de dormir, vai vir toda a prova na minha cabeça, os saltos. Não estou acreditando até agora. Um beijo pra todos, pra minha família, que é muito unida e que sempre me apoiou”, disse em entrevista para a Globo.

Só para se ter uma ideia do feito de Braz. Ele é apenas o oitavo atleta da história do salto com vara a saltar a marca de 6,03m. Além disso, ele venceu simplesmente o atleta francês, que havia quebrado o recorde do ex-atleta ucraniano Sergey Bubka, que quebrou a maior marca do mundo em 35 oportunidades. Lavillenie também era detentor do recorde olímpico, com 5,97m.

Braz, além de ser o novo recordista, estabeleceu a melhor marca de sua carreira, aumentando-a em 10 cm. E o francês está se tornando um freguês recente do brasileiro. Em fevereiro deste ano, no torneio indoor Istaf em Berlim, Braz o venceu na final, ficando com a medalha de ouro, com a marca de 5,93m.

Agora, seis meses depois, Thiago Braz não só repetiu a façanha como tirou o ouro e o recorde olímpicos de Lavillenie, que ficou com a prata, saltando 5,98m. A medalha de bronze foi para o americano Sam Kendricks, que terminou com a marca de 5,85m.

E olha que Braz conseguiu “sobreviver” na prova em meio a gigantes da modalidade. Além do francês e do americano, o brasileiro deixou para trás o atual campeão mundial, o canadense Shawnacy Barber, que tinha a terceira melhor marca do ano.

A prova – No início da prova, apenas o brasileiro e o francês descartaram o salto de 5,50m. O europeu, aliás, já passou na sua primeira tentativa de 5,75m, colocando pressão nos rivais. Thiago Braz estreou na final passando de 5,65m. A partir daí, o canadense Shawnacy Barber errou suas três tentativas e deu adeus à competição, restando seis atletas.

Braz partiu então para tentar saltar acima de 5,75m, falhando no primeiro salto. Na segunda tentativa, ele seguiu sem problemas. Tranquilo, Lavillenie saltou sem dificuldades 5,85m, aumentando a sua credencial para a conquista do ouro. O brasileiro não deixou por menos. Em sua primeira tentativa, passou dos 5,85m, assim como o americano Sam Kendricks.

O polonês Lisek Piotr e o tcheco Kudlica Jan não conseguiram saltar mais do que 5,75m e deram adeus. Para tentar frear a empolgação dos rivais, o francês saltou, novamente de primeira, 5,93m, altura não alcançada por Kendricks.

Mas Braz mostrou que estava na final pronto para brigar pelo ouro. Em sua segunda tentativa, o brasileiro conseguiu bater a marca de 5,93m. Lavillenie respondeu de imediato, superando a marca de 5,98m. O atleta do Brasil abriu mão da altura e pediu o aumento do sarrafo para 6,03m. Como estava na liderança, o rival teve que saltar primeiro.

Ambos erraram na primeira tentativa. Na segunda, enquanto o europeu ficava na barra, Braz superava a altura e levava o estádio ao delírio. Lavillenie, com apenas mais uma chance, decidiu passar o sarrafo para 6,08m, mas falhou na sua tentativa e viu Thiago Braz ficar com o ouro e entrar para a história. (Por Bruno Trindade)

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