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Um grupo de cientistas que busca um tratamento para atrasar o avanço da doença de Alzheimer recebeu com esperança os resultados promissores de um pequeno ensaio clínico. O fármaco experimental LMTM, da empresa TauRx Therapeutics Ltd., sediada em Singapura, foi concebido para reduzir no cérebro a acumulação das proteínas denominadas como “Tau”.

Quando o cérebro não funciona corretamente, essa proteína se acumula de forma anormal, provocando degenerações nos neurônios – como o Alzheimer, a forma mais comum de demência.

De modo geral, o ensaio clínico envolvendo 891 pessoas com suspeita de Alzheimer não mostrou nenhum benefício para os que tomaram até duas doses da droga ou um placebo. A maioria dos pacientes do estudo estava tomando, além da droga experimental, outros medicamentos já aprovados para a doença, disseram os pesquisadores.

Mas um subgrupo menor, de cerca de cem pacientes que estavam utilizando apenas o fármaco experimental e não recebiam nenhum outro tratamento para a doença de Alzheimer, mostrou um ritmo de atrofia cerebral muito lento, de acordo com os resultados apresentados nessa quinta-feira (28) na Conferência Internacional da Associação de Alzheimer (AAIC), em Toronto, no Canadá.

Monoterapia

“Os resultados do estudo não mostraram benefícios do tratamento para nenhum dos grupos, independentemente das doses do fármaco, nas análises preliminares”, disse o autor da pesquisa Serge Gauthier, professor de neurologia na Universidade McGill.

“No entanto, análises adicionais deram resultados muito alentadores e mostraram que os pacientes que tomaram o LMTM como monoterapia tiveram um declínio significativamente menor do que os pacientes de controle ou do que aqueles que tomaram o LMTM associado a outros tratamentos existentes para Alzheimer”, completou.

Os pesquisadores relataram “um benefício estatisticamente significativo nos resultados cognitivos e funcionais e uma desaceleração da atrofia cerebral” nesse pequeno subgrupo. Os resultados são parte do primeiro ensaio completo de fase III com uma droga anti-Tau para a doença de Alzheimer.

“Em um campo minado pelos fracassos consistentes de novos candidatos a fármacos testados nas fases finais de ensaios clínicos e no qual não houve nenhum avanço terapêutico prático na última década, estou animado com a promessa do LMTM como uma potencial nova opção de tratamento para esses pacientes”, acrescentou Gauthier.

Tratamento

Não há cura para a doença, mas a agência sanitária americana Food and Drug Administration aprovou cinco medicamentos nos últimos 20 anos para tratar seus sintomas.

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