Não duvide de um grupo campeão. Reforçado, com altos investimentos e com um comandante experiente no banco, o Cruzeiro fez valer sua força diante do rival, inverteu uma vantagem que tinha sido-lhe roubada no primeiro jogo e, com o 2 a 0 de ontem, num Mineirão que explodiu de azul, tasca mais um troféu em galeria de conquistas.
Estadual, sim, mas muito suado, que muitos desconfiaram depois de uma vitória de 3 a 1 do Atlético na primeira partida, no Horto. Mas quem tem Thiago Neves e um uruguaio carrasco de rival sabe que pode virar o jogo para seu lado a qualquer momento. Eram 36 títulos mineiros na história e o que um a mais representa?
Representa o fim de uma seca que já durava quatro anos, desde a conquista de 2014. Campeão da Copa do Brasil do ano passado, a Raposa já tinha um time consolidado, que recebeu novas peças, ajuste e chegou a derrapar no momento decisivo. Mas clássico é jogado e a vantagem de ter sido o primeiro da fase inicial está aí para ser usada.
No Atlético, a perda do título não é terra arrasada. Com uma política de austeridade, a nova diretoria apostou em jogadores emprestados, além do goleador-nato Ricardo Oliveira, que terminou com um dos artilheiros da competição, com seis gols, ao lado de Aylon, do América.
O início de ano foi conturbado, com a demissão de Oswaldo de Oliveira, situação essa que abriu espaço para mais um novo técnico da nova safra, o estudioso Thiago Larghi. Se o Estadual serve para derrubar técnico, este ano, ao menos, serviu para criar um.
Epílogo. O capítulo final foi de arrepiar, na mais alta das temperaturas. Como era de se esperar, o Cruzeiro se mandou à frente numa pressão alucinante. E não deu outra. Ele, Arrascaeta abria o placar com apenas 3 min de partida! “Dizem que são loucos da cabeça”, poderia-se parafrasear o cântico azul.
Estava difícil para o Galo sair do sufoco. E quando as coisas pareciam a ficar mais equilibrada, Otero desferiu uma cotovelada em Edílson e acabou expulso. O herói do primeiro jogo, no Horto, o homem das bolas venenosas, vestia o papel de vilão, no Mineirão ao 21 min.
Com o cenário favorável, a Raposa manteve a toada, dando poucas brechas para descidas alvinegras. Mas o time celeste acabou que finalizou pouco, enquanto a equipe atleticana emendou alguns escapes no fim da primeira etapa.
Para a segunda etapa, Mano sacou o amarelado Edílson, que estava pilhado. E o time continuou martelando, aguardando pintar o talento de Thiago Neves para, aos 7 min, fazer o gol que reconduzia o título às mãos azuis.
Aí restava ao Galo atacar, encontrando forças com um a menos. Estava difícil, e faltavam pernas. Conseguir algo, só na base do coração. E o alvinegro ainda teve Patric expulso no fim para sepultar qualquer iniciativa. Está de volta o reinado celeste no Estado. (Por Thiago Nogueira e Josias Pereira)
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