A Era Cássio no Corinthians está oficialmente encerrada. O goleiro deixa o clube após 12 anos de serviços prestados. O destino provável é o Cruzeiro, sob a direção do investidor Pedro Lourenço. Cássio se despede do alvinegro do Parque São Jorge com o posto de segundo atleta que mais defendeu o clube, com 712 partidas. Ele fica atrás somente do lateral-esquerdo Wladimir (806), figura emblemática da Democracia Corintiana.
Cássio também encerra o ciclo de mais uma década como um dos jogadores mais vitoriosos da história do time fundado em 1910. Conquistou a inédita Libertadores e o segundo Mundial de Clubes da Fifa, em 2012, dois troféus do Campeonato Brasileiro (2015 e 2017), quatro do Campeonato Paulista (2013, 2017, 2018 e 2019) e um da Recopa Sul-Americana (2013).
Gaúcho de Veranópolis, Cássio deixa o Corinthians após sucessão de instabilidades dentro e fora dos gramados. Com a saída dos veteranos Gil, Renato Augusto, Fábio Santos e Giuliano, tornou-se o principal alvo de críticas e de cobranças de mudanças de postura do time por parte da torcida. Em 23 de abril, na derrota do clube por 1 x 0 para o Argentinos Juniors, fora de casa, pela 3ª rodada da fase de grupos da Copa Sul-Americana, o goleiro desabafou.
“Se eu estiver atrapalhando o Corinthians, se não estiver agradando… Para mim, está muito difícil também. Tudo de errado que acontece no Corinthians sobra para mim. O time leva gol e a culpa é do Cássio. Toma um gol de pênalti e a culpa é do Cássio”, relatou à ESPN.
Não foi a primeira vez que um Cássio sem filtro deu entrevista após a partida. Na partida contra o Flamengo, pelo Brasileirão de 2020, na Neo Química Arena, o ídolo alvinegro havia adotado o mesmo discurso. “Ultimamente, tem sobrado tudo para mim, tudo é culpa do Cássio. O time não ganha, é culpa do Cássio. O time não faz gol, é culpa do Cássio. Antes que falem algo, não acho que sou maior do que o Corinthians, não me acho intocável. Sou muito grato a tudo que o Corinthians fez para mim, mas nesse momento acho que estou sendo escudo”, diagnosticou à época.
A recente confissão do goleirão o levou ao banco de reservas. Carlos Miguel herdou a responsabilidade e foi o titular nas última seis partidas, contra Fluminense, Fortaleza e Flamengo (Brasileirão); Nacional-PAR e Argentinos Juniors (Sul-Americana); e América-RN (Copa do Brasil).