O bilionário Elon Musk, que diz defender a democracia e a liberdade de expressão ao usar a X, sua rede social, para atacar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e ameaçar não criar medidas judiciais, é um defensor do regime opressor chinês, onde a internet é controlada pelo governo e só plataformas locais podem acessadas pelos cidadãos e mesmo estrangeiros.
Sem poder lucrar com a X na China, Musk mantém negócios no país comunista por meio da Tesla, sua empresa de carros elétricos. Ela inclusive tem uma fábrica em Xangai, a capital econômica do país asiático.
Enquanto lidera uma cruzada contra o STF e Moraes no Brasil em nome de uma suposta liberdade, Musk se aliou ao governo ditatorial chinês na disputa por Taiwan. Mais de uma vez, na X e em entrevistas, ele sugeriu que Taiwan deveria ceder às pressões chinesas.
Dias antes, Musk havia defendido uma posição parecida em relação à Ucrânia. Na ocasião, ele disse que o governo ucraniano deveria ceder parte do território aos russo para por fim à guerra iniciada com uma invasão ordenada por Vladimir Putin, aliado da China que também não preza pela liberdade de expressão.
Para a China, Taiwan é uma província rebelde que segue fazendo parte de seu território, mesmo após décadas de independência administrativa e econômica. Taiwan tem uma Constituição própria. Sua posição é apoiada por grande parte dos países ocidentais, incluindo os Estados Unidos.
Analistas internacionais dizem que, além dos negócios da Tesla, Musk mantém a posição favorável à China porque Taiwan, ao contrário de muitos outros países, recusa a tecnologia da Starlink, outra empresa do bilionário de origem sul-africana residente nos EUA.
A Starlink oferece serviço de internet via satélite operado pela SpaceX, empresa de foguetes de Elon Musk. Taiwan investe pesado em satélites, para ter um sistema de comunicação eficaz e próprio. O governo pretende enviar seu primeiro satélite de comunicação à órbita até 2026, com um segundo até 2028.
Enquanto não alcança a autossuficiência, Taiwan faz parcerias para acessar as redes de satélite de empresas como a SES, de Luxemburgo.