A barragem Sul Superior, em Barão de Cocais, é uma das estruturas da Vale construídas a montante
A barragem da Mina de Gongo Soco, da Vale, na cidade de Barão de Cocais, poderá se romper entre os dias 19 e 25 de maio. A informação consta em documento obtido pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), produzido pela própria Vale, e traça a estimativa caso a velocidade de aceleração de movimentação do talude norte da cava permaneça a mesma.
Conforme informado pela empresa Vale ao MPMG e outros órgão de Estado, foi verificada uma deformação no talude norte da Cava de Gongo Soco, na Mina de Gongo Soco, passível de provocar a sua ruptura, gerando vibração capaz de ocasionar a liquefação da Barragem Sul Superior, levando ao rompimento da estrutura e, por conseguinte, “danos sociais e humanos imensuráveis para a região”, nas palavras do Ministério Público.
De acordo com o dam break (documento que calcula os riscos) da barragem Sul Superior, a área potencialmente inundada pelo rompimento abrange uma extensão de 72,5 km e engloba os municípios de Barão de Cocais, Santa Bárbara e São Gonçalo do Rio Abaixo. Um eventual rompimento também atingiria a BR-381.
A movimentação do talude, distante 1,5 km da barragem Sul Superior da mina, foi detectada anteontem e já confirmada pela própria Vale e pela Defesa Civil, que monitora a situação. Nessa quarta-feira (15), o tenente-coronel Flávio Godinho afirmou que a situação é “preocupante” e que a terra se movimentou, em 12 horas, de 4 para 5 milímetros no local – mas que não é possível precisar se a movimentação irá permanecer.
A reportagem entrou em contato com a Defesa Civil nesta quinta-feira (16) para verificar a situação do talude e aguarda resposta.
Recomendação
Com o objetivo de garantir o direito de acesso a informações às pessoas que possam ser atingidas pela eventual ruptura, o MPMG expediu, nesta quinta-feira (16), recomendação à mineradora Vale para que adote imediatamente uma série de medidas para deixar claro à população local os riscos a que ela está sujeita.
No documento, o MPMG requer que a Vale comunique, por meio de carros de som, jornais e rádios, informações claras, completas e verídicas sobre a atual condição estrutural da Barragem Sul Superior, possíveis riscos, potenciais danos e impactos de eventual rompimento às pessoas e comunidades residentes ou que estejam transitoriamente em toda área passível de inundação.
Além disso, a recomendação quer que a empresa forneça imediatamente às pessoas eventualmente atingidas total apoio logístico, psicológico, médico, bem como insumos, alimentação, medicação, transporte e tudo que for necessário, mantendo posto de atendimento 24 horas nas proximidades dos centros das cidades de Barão de Cocais, Santa Bárbara e São Gonçalo do Rio Abaixo.
Esses locais deverão contar com equipe multidisciplinar preparada para acolhimento, atendimento e atuação rápida e pronta a serviço dos cidadãos.
A adoção das medidas pela Vale deverá observar também eventuais recomendações feitas pela Defesa Civil Estadual e Defesas Civis dos municípios potencialmente atingidos.
A recomendação estipula prazo de seis horas para que a Vale responda ao MPMG, fornecendo informações específicas e detalhadas  sobre as ações adotadas ou planejadas para seu cumprimento. (Por Lucas Ragazzi e Cristina Moreno/Otempo)
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