O Governo do Estado fez a abertura do Janeiro Roxo, nesta segunda-feira (7), no Hospital Aquiles Lisboa. A campanha é dedicada à conscientização e combate à hanseníase. Uma das principais formas de combater o avanço da doença é o diagnóstico precoce e tratamento imediato.
A hanseníase é uma doença infectocontagiosa, transmitida pelas vias áreas superiores (tosse ou espirro), através do convívio prolongado de uma pessoa doente, que não esteja em tratamento, para uma pessoa saudável.
Em 2018, o Maranhão registrou 3.079 casos novos notificados, dos quais 650 em São Luís, sendo o que mais diagnosticou casos no Nordeste, fruto, principalmente, do trabalho educativo e de treinamento de profissionais de saúde desenvolvido pelo Programa Estadual de Controle da Hanseníase, Hospital Aquiles Lisboa (HAL) e Centro de Saúde Dr. Genésio Rêgo.
Segundo o secretário de Estado da Saúde, Carlos Lula, que participou da abertura, reforçou as estratégias de prevenção e tratamento da hanseníase. “O aumento nos casos mostra também que houve aumento das estratégias de detecção, em especial através da Secretaria de Estado da Saúde. Em São Luís, saímos de pouco mais de 400 casos em 2017 para 650, em 2018, por causa de ações como o Mais Saúde. Muitos têm vergonha de buscar tratamento ou não entendem o que é a doença. Isso aponta para a necessidade de reforçarmos as informações e ações, através de campanhas como o Janeiro Roxo”, disse o gestor.
Sebastião da Conceição, de 72 anos, assistiu atento à solenidade. Diagnosticado com a doença na década de 1970 em Imperatriz, ele passou em hospitais em vários estados, até vir morar na Colônia do Bonfim. Ele traz no corpo as marcas da doença, com deformidades em mãos e pés, porém as marcas mais profundas não são aparentes.
“Eu não queria estar no meio da sociedade, queria entrar embaixo de carro, tomar remédio para não viver mais. Tentei muitas vezes. Eu sentia vergonha, queria morar no meio do mato. Sofri muito preconceito. Aqui, antes não entrava ninguém, não se comia uma manga daqui. Agora, só anda cheio”, testemunhou o idoso.
O local escolhido para a abertura, o HAL, é referência para o tratamento da doença em São Luís, com atendimento especializado com equipe multiprofissional. “Damos o pontapé para um mês inteiro de ações e repasse de informações para que todos entendam o que é a doença. Muitos diagnósticos são tardios, acontecem já com algumas sequelas e comprometimento”, informou o diretor administrativo do hospital, Raul Fagner Leite da Silva.
Hanseníase 
A hanseníase tem cura, porém pode causar incapacidades físicas se o diagnóstico for feito tardiamente ou se o tratamento não for feito de forma adequada. De acordo com a coordenadora do Programa Estadual de Controle da Hanseníase da SES, Maria Raimunda Mendonça, alguns sintomas da doença são parecidos com outras doenças, além disto, a população costuma dar pouca atenção às doenças de pele, buscando ajuda médica já com a doença em estado avançado. “A hanseníase é uma doença silenciosa, não provoca dor, por isso as pessoas demoram muito a se perceber doentes”, informou.
O programa promove a mobilização dos profissionais de saúde para a busca ativa de casos novos e realização de exame de pessoas próximas; divulgado a oferta de tratamento completo no SUS; e promove atividades de educação em saúde.

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