As gestantes que se planejaram para dar à luz na Maternidade Maria do Amparo, localizada no Anil, em São Luís, precisarão se reorganizar após a suspensão de serviços na instituição. A medida emergencial, que suspendeu novas internações de gestantes na maternidade, foi tomada após corte de gastos pelo Governo do Estado, que acabou reduzindo o número de profissionais disponíveis para atuarem na instituição. Os partos estão sendo direcionados para outras maternidades da capital.
A Maternidade Maria do Amparo integra o Centro Assistencial Elgita Brandão, atuando em convênio com o Sistema Único de Saúde (SUS). Responsável por aproximadamente 11% dos partos realizados na capital maranhense, tendo, em média, 200 por mês, está com o serviço suspenso por tempo indeterminado, devido a cortes de gastos, como informou Paulo Henrique Ribeiro, diretor da maternidade e presidente do Centro Assistencial Elgita Brandão.
“Essa medida se deve a questões financeiras. O repasse do Sistema Único de Saúde não corresponde aos gastos da instituição. Por isso, há muitos anos contamos com um auxílio do Governo no Estado, que, atualmente, nos fornecia o Kit Médico, cedendo profissionais obstetras, anestesistas e pediatras para prestarem plantão aqui na maternidade. No entanto, fomos informados de que esse houve uma necessidade de corte de despesas pelo Governo do Estado e esse auxílio passou a contar apenas com a cessão de médicos obstetras”, esclareceu Ribeiro.
Conforme o ofício enviado pelo Instituto Aqua – responsável pela gestão de maternidades em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde –, foi oferecido a manutenção do pagamento de R$ 77.500,00 (para meses com 31 dias) e R$ 75 mil (para meses com 30 dias), referente ao serviço de obstetrícia.
O diretor da maternidade explicou que, a partir disso, o centro assistencial precisaria custear os serviços de pediatras e anestesistas. “Isso oneraria a folha do centro em mais de R$ 150 mil para garantir o plantão destes profissionais e seria praticamente o valor que recebemos do SUS. Por isso optamos por suspender as internações como medida emergencial e buscar, com os gestores municipais e estaduais, a solução desses problemas”, explicou.
A recém-mamãe Aparecida de Cássia, que há quatro dias deu à luz a pequena Ayla Vitória na Maternidade Maria do Amparo, acredita que a medida pode prejudicar muitas mães que buscam a instituição. “Esta foi a melhor maternidade que encontrei. Foi a única que prontamente me internou e onde fui muito bem atendida. Essa situação será muito ruim para outras mães. É preocupante”, destacou.
De acordo com Paulo Henrique Ribeiro, uma reunião entre a direção da maternidade e os gestores está programada para esclarecer as consequências da suspensão e o que poderá ser feito para solucionar a questão. Além disso, garantiu a continuidade de outros serviços. “A medida não afeta os serviços ambulatoriais e de exames. As consultas continuarão sendo feitas normalmente”, frisou.
Outro lado
Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) informou que o recurso da entidade filantrópica está mantido. A SES informou que foi enviada proposta de manutenção do pagamento pelo serviço de obstetrícia à direção da Maternidade Maria do Amparo, que ainda não apresentou resposta formal sobre o ofício.
A secretaria ressaltou também que, por se tratar de unidade filantrópica e atender usuários do SUS, o Ministério da Saúde (MS) garante recurso financeiro mensal, conforme produção, e, este apoio financeiro permanece assegurado à unidade. Segundo dados do MS, foram destinados mais de R$ 1 milhão e 800 mil à maternidade, entre janeiro e outubro de 2018.(Fonte: O Estado)

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