Jogadores da França celebram classificação para a final da Copa do Mundo da Rússia / Foto: AFP PHOTO / Paul ELLIS / Thiago Nogueira | Enviado especial a Rússia
Na Copa do inesperado, a tradição da camisa ainda pesa. E ela é azul. Allez le Blues! No encontro de gerações talentosas na semifinal, prevaleceu a francesa. Com o gol do imigrante Umtiti, a França bateu a Bélgica por 1 a 0, nesta terça-feira (10), em São Petersburgo, e está de volta à uma decisão de Copa do Mundo.
Será a terceira final francesa em 20 anos e o sonho da Copa conquistada em casa, em 1998, vire um bicampeonato na Rússia, neste ano. O time francês, agora, aguarda por Inglaterra ou Croácia que fazem, nesta quarta-feira, a outra semifinal da competição. Não será desta vez que a Bélgica, que pôs fim ao sonho do hexa brasileiro, chega a uma decisão de Mundial.
O jogo foi daqueles bonitos de se ver, mesmo não sendo de um placar tão elástico. Só o carinho com que belgas e franceses tratavam a bola, aliada à qualidade técnica dos jogadores em campo, valeu o embate. Para uma partida de tamanha elegância, fez-se presente até o rei Philippe, da Bélgica, e o presidente da França, Emmanuel Macron, cordialmente lado a lado.
Como se desenhou em todo o Mundial, o poderio individual somado ao trabalho coletivo de Didier Deschamps, no lado francês, e de Roberto Martínez, no lado belga, impressionava. É um absurdo como Mbappé, de 19 anos, corre e tem o controle da bola no time azul. É notória a inteligência e a participação de Hazard no time vermelho.  E De Bruyne, hein? Joga fácil. Griezmann também, com qualidade nos toques curtos.
E os times tinham repertório até em bolas paradas. A Bélgica teve mais volume no primeiro um quarto de jogo, mas não aproveitou a superioridade. Lloris pegou o que veio na primeira etapa. E olha que a França, organizada e bem postada, não deixou por menos, obrigando Courtois a fechar a porta lá atrás.
Para o segundo tempo, o cenário mudou, com o gol do camaronês naturalizado francês Umtiti logo aos 5 min. Com 1,83 m, ele conseguiu ganhar de cabeça de Fellaini, de 1,94 m. Como pode? O jogo tático virou de mais emoção, embora com pouca pressão belga, que seguiu tocando bola em busca do espaço, abusando pouco da bola aérea.
Era preciso forçar mais e Lloris acabou fazendo só uma defesa mais difícil. Nos contra-ataques, o time francês teve até chance de ampliar. Quatro gols no Mundial, Lukaku, desta vez, passou em branco. Melhor ataque da competição, com 14, a Bélgica não marcou desta vez.
“Na deprê” — Se o jogo foi quente nas quatro linhos, nas arquibancadas o ambiente esteve frio. O jogo teve um tom de melancolia, afinal, esperava-se a seleção brasileira em campo, batida pelos belgas nas quartas de final. Como a expectativa de sucesso do Brasil era grande, muitos brasileiros tinham ingressos em mãos e não iam perder a chance de ver um jogaço. Por isso, foi grande a presença de torcedores brasileiros no estádio, algo em torno de 10%, numa observação visual.
Em alguns momentos eles até tentaram emplacar alguns dos gritos conhecidos por nós, como o “Mil gols” e o “Único penta é o Brasilzão”. Se somarmos com mexicanos e outros sul-americanos, a grande maioria era latina.

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